Thursday, May 10, 2018

Duarte Pacheco Pereira: O verdadeiro descobridor do Brasil

Duarte Pacheco Pereira (1460 - 1533)

Duarte Pacheco Pereira, foi um cavaleiro do Reino de Portugal,durante o reinado de D.João II.
Segundo relatos, além de navegador, era um bravo e colérico cavaleiro, entre suas missões a serviço da coroa Portuguesa. Teve seus estudos pagos pelo rei e formado como geógrafo e cosmógrafo, sendo inclusive remunerado pela realeza por seus diversos serviços de seu ofício acadêmico, nos quais ele prestou.

No ano de 1494, surgiu o tratado de tordesilhas e o homem incumbido de assinar esse tratado, em função de sua formação e confiança do rei D.João II, foi Duarte Pacheco Pereira.
O tratado de tordesilhas demarcava terras de além mar a serem, futuramente, possuídas e exploradas pelo Reino de Portugal e o Reino de Castela (Espanha).
O ponto divisor era na ilha de Cabo verde, que fica localizada no oceano atlântico norte, onde foi traçada uma linha vertical e todas as terras descobertas do lado leste pertenceriam a Portugal e o lado oeste, à Castela.

Uma observação importante: Neste tratado, ainda não se tinha noção de qual lado tinha maior porção de terras (como se vê no mapa) pelo motivo obvio e claro de que nem a costa ainda era conhecida, quanto menos o interior. Tampouco o lado do oceano Pacífico já tinha sido explorado. Então o que seria encontrado, cada um em seu território, era praticamente uma "loteria"(não encontrei termo melhor).

Mapa do tratado de tordesilhas

Como não poderia passar despercebido, eis o primeiro fato pré-histórico da malandragem dos nossos ancestrais, com relação à Brasil.

No ano de 1498, o rei já era outro, D. Manuel I (a partir de 1495) e este antão deu a tarefa à Duarte Pacheco Pereira de fazer uma expedição secreta, onde ele teria que desembarcar em terras próximas à linha do tratado e "dar uma olhada" no que havia do lado oeste, pertencente à Castela.
Foi então que por volta de novembro ou dezembro (carece de fontes mais precisas) do ano de 1498 , Duarte Pacheco Pereira desembarcou numa região que seria onde hoje se localiza entre o estado do Maranhão e estado do Pará, e foi adentrando até chegar à foz do Rio Amazonas e Ilha de Marajó  (ver mapa acima para entender a invasão). 

Sem quase nenhuma precisão, esta foi a região onde o Brasil foi de fato recebido pela primeira vez por  uma"delegação" Portuguesa e pela primeira vez explorado, mesmo que não oficialmente. Até porque era uma missão secreta. 

Eis abaixo o trecho do que seria a primeira carta enviada à Portugal descrevendo sobre o Brasil, feita pelo próprio Duarte Pacheco Pereira, chamada de Esmeraldo de Situ Orbis, que nada mais era do que uma "carta técnica", que já era nomeada com esta nomenclatura em outros registros de navegações passadas, que continha algumas descrições das terras encontradas e suas posições em escalas geográficas:

"Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os navios nestes Reinos vem grandemente povoados."  
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Pacheco_Pereira)
E com um detalhe importante: Ele registrou a abundância de Pau Brasil pela costa "Brasileira".

Mas se você perguntar: "E o ano de 1500, como fica ?"

Resposta: Em 1500, com Pedro Alvares Cabral, a famosa carta de Pero Vaz de Caminha e toda sua turma, foi apenas uma oficialização do "descobrimento do brasil". 

E se Cabral chegou aqui, foi porque Duarte ensinou o caminho.







Monday, May 7, 2018

A Proclamação da República não foi em 1889. Foi em 1993.

"Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de 

Relembrando um fato marcado nos livros de história e outro que se marcado, não tem a mínima importância, mas ambos num paralelo inimaginável

No ano de 1993, houve um plebiscito no Brasil, que na verdade surgiu como uma tentativa de  "ressurreição da Monarquia", que partiu do Deputado Federal Antônio Henrique Bittencourt da Cunha Bueno,  promulgada então pelo presidente interino Itamar Franco, no qual o povo no dia 21 de abril deste mesmo ano, teria de votar num regime de governo Monarquista ou Republicano, sendo o republicano dividido em dois modelos a escolher apenas um: Presidencialista ou Parlamentarista.
Venceu em larga escala o regime Republicano por 86,6% dos votos contra 13,4% dos Monarquistas. E sob 69,2% do modelo Presidencial contra 30,8% do Parlamentar.

Lembrando que desde o período Brasil-Colônia, aqui nesta terra houve diversas tentativas de golpe de estado, sendo uma delas e bem sucedida, a Proclamação da República, no dia 15 de Novembro de 1889. Sim, o feriado da proclamação cujo dia você (e eu também) gosta de fazer churrasco e encher a pantufa de cerveja, comemora-se um golpe ! Um golpe militar liderado por Marechal Deodoro da Fonseca e outros líderes que depois se tornaram nomes de ruas, que alguma dia você já passou por elas (ou passa) mas que faziam parte daquela liderança conspiradora e golpista (pesquisa aí que estou com preguiça de falar sobre cada um).

Deodoro da Fonseca, em princípio, estava muito cauteloso em proclamar formalmente e protelou esse ato por algum tempo, mesmo porque ele durante este período não andava bem de saúde.
Segundo relatos, "um cara sem noção" que acompanhava Deodoro da Fonseca, em público, chegou a levar um tapa de mão cheia, do marechal , porque chegou a gritar (do nada) "Viva a República, pois ele achava que ainda não era o momento e o "sem noção" na hora foi repreendido com uma porrada que chamamos hoje de"tá ligado".
As questões pelas quais essas lideranças e um boa camada da sociedade pedia a república,eram das mais diversas, entre: A burocracia entre militares e autorizações da monarquia, interesses da igreja não atendidos,pobreza e alto índice de analfabetismo do povo (embora os monarquistas jurem que naquele tempo não havia pobreza), os altíssimos empréstimos financeiros que chegaram a uma dívida com a Inglaterra de 20 milhões de Libras Esterlinas (tentativa de calote nos inventores do futebol) gastos com a guerra contra o Paraguai e dentre outros, o motivo talvez mais latente de todos: O da abolição da escravatura, no ano anterior (1888) , onde por vingança, os ex-donos de escravos votaram a favor da república mas não a querendo, mas sim para a monarquia se foder, já que a princesa assinara a famosa e polêmica Lei Áurea e o Barão de Cotegipe, único anti-abolicionista que votou contra essa decisão disse: "A Senhora acabou de redimir uma raça e perder um trono ".

Porém, pra sacramentar o fatídico momento da história em questão, e de uma escrotidão sem tamanho que é a política desse país, desde aqueles tempos, eis o subterfúgio criado para forçar uma tomada de decisão da proclamação: Um dos conspiradores chamado Major Frederico sólon de Sampaio Ribeiro, foi visitar Deodoro da Fonseca em casa, doente como já dito, e maquiavelicamente usou o nome de um inimigo do marechal para que ele apressasse a formalização, onde disse: " Soube que o Silveira Martins vai ser nomeado no dia 20 de Novembro o novo presidente do conselho do império, e que inclusive vai mandar lhe prender ".
Gaspar Silveira Martins e Deodoro da Fonseca, quando serviam ao império, no Rio Grande do Sul, disputaram uma guerra de egos, vaidades e o motivo principal, a atenção da Baronesa do Triunfo, viúva muito bonita, segundo relatos, mas que era havia preferido o Silveira Martins.


Foi então que muito ainda combalido da doença, Deodoro disse: "Então (cof,cof..), está proclamada (tosse de novo) a república !"
Então no dia 15 de novembro ele foi até a praça onde hoje é o Palácio Duque de Caxias, Centro do Rio de Janeiro, subiu num cavalo, tirou o chapéu, deu o famoso grito e depois voltou pra casa, para se curar da doença.

Mas porque a proclamação da república, em 1889, de fato não foi legítima ?


Eis dois trechos de texto colhido do site (http://maisrio.com.br/o-movimento-de-proclamacao) que aqui transcrevo:

" À noite, na Câmara Municipal do Município Neutro, José do Patrocínio (Campos dos Goytacazes / RJ, 1854-1905), - uma das mais destacadas figuras do movimento abolicionista e republicano no Rio de Janeiro - redigiu a proclamação oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada SEM VOTAÇÃO. O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa e só no dia seguinte (16 de novembro) anunciou-se ao povo a mudança do regime e entregue a D. Pedro II uma comunicação cientificando-o da proclamação do novo regime, intimando-o a deixar o país dentro de 24 horas – a fim de evitar conturbações políticas - e oferecendo uma quantia para seu estabelecimento no exterior. D. Pedro II recusou a oferta, e partiu na madrugada de 17 de novembro para Portugal, pedindo somente um travesseiro com terras do Brasil, para repousar a cabeça quando morresse. Institui-se então a República, sendo nessa data que o jurista Rui Barbosa assinou o primeiro decreto do novo regime, INSTITUINDO UM GOVERNO PROVISÓRIO, que vigorou até 1891."
E para completar a a tese da ilegitimidade ...

" Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que o povo legitimasse, por meio do voto, a república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 ANOS DEPOIS, dentro da constituição vigente, no dia 21 de abril de 1993 (...)".

Em suma, passamos 104 anos vivendo um governo republicano provisório e dentro dele com diversas tentativas e sucedidos golpes, e com golpes dentro de golpes. E nossa república legalmente reconhecida ainda consegue ser mais jovem do que a nossa "democracia", instaurada em 1988.
Mas o que me deixa mais intrigado é o fato da real proclamação (votada pelo povo em 1993) ter sido exatamente no dia 21 de Abril. Será porque seria melhor manter a do do 15 de Novembro já que 21 de Abril é feriado de Tiradentes e assim não abolir um histórico feriado ? Enfim, tudo nesse país é muito esquisito.